6 de jan. de 2016

HIGIENE BUCAL NA PREVENÇÃO DO AGRAVAMENTO DA HANSENÍASE

 ESTUDO INÉDITO MOSTRA A IMPORTÂNCIA DA SAÚDE BUCAL NO TRATAMENTO DA HANSENÍASE

Através de um estudo inédito no Brasil e no mundo, feito pela professora da (Unemat)Universidade do Estado de Mato Grosso, Denise da Costa Boamorte Cortela, defendendo sua tese de doutorado em Ciências da Saúde pela (UFMG) Universidade Federal de Mato Grosso, - Infecções odontogênicas e episódios reacionais em indivíduos  com hanseníase-, ficou comprovado que esses mesmos indivíduos, com tratamento ou não e com doenças periodontais ( doenças da gengiva) se tornam mais suscetíveis a desenvolver reações hansênicas. 

O estudo é inédito por ser o primeiro a apresentar um desenvolvimento sistemático com abordagem clínica e imunológica das infecções odontogênicas (infecções que a origem envolve dentes e perda óssea) e com enfoque nas doenças periodontais, afirma  a pesquisadora Denise Cortela.

Os resultados da tese mostram que, independente da particularidade do problema ou comprometimento dentário, a assistência odontológica preventiva ou curativa implicará em redução de risco de reações hansênicas. A valorização do auto cuidado durante a assistência odontológica e a qualidade do acompanhamento do paciente não apenas implicará na redução das infecções dentárias e gengivoperiodontais, mas protegerá de surtos que poderão resultar em incapacidades e deformidades permanentes.   

O surto hansênico ou reações hansênicas é quando ocorre um aumento exagerado da inflamação na pele e nos nervos afetados pela bactéria da hanseníase com o aparecimento de manchas mais avermelhadas e maiores na pele, com ou sem nódulos (caroços), podendo ocorrer febre e dores no corpo ou na região dos nervos afetados que aumentam muito sofrimento aos doentes. 
Quando o surto ocorre, o paciente ainda pode desenvolver incapacidades e deformidades muitas vezes permanentes. Entre elas, dificuldades para realizar tarefas normais como pegar uma xícara, abrir e fechar uma garrafa, escovar os dentes, dificuldades para andar, perda de visão, mãos em garra por atrofia, e em estados mais avançados a perda de mobilidade dos membros superiores e inferiores 
( como informa a Denise Cortela). 

A partir das conclusões no estudo, foi constatada a necessidade de encaminhamento de todo paciente diagnosticado com hanseníase para avaliação e tratamento odontológico. Como essa informação também é desconhecida dos cirurgiões-dentistas, é preciso disseminar, socializar essa informação, esclarece a professora.

O projeto em parceria institucional entre Unemat e UFMT foi coordenado pela pesquisadora Eliane Ignotti, doutora em Saúde Pública e pós-doutora pelo Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), sendo financiado pela Função de Amparo a Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat) e desenvolvido em parceria com o Instituto Lauro de Souza Lima, de Bauru, em São Paulo, que é referência internacional em doenças dermatológicas.


Hanseníase: Doença infecciosa, descoberta em 1873, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, também conhecida como lepra. A transmissão se dá por meio das vias respiratórias (secreções nasais, tosses, espirros) de uma pessoa doente que, sem tratamento, elimina o bacilo, infectando outras pessoas. Saiba tudo sobre a Hanseníase clicando neste link.


Nenhum comentário:

Postar um comentário